sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Crises nos jornais e grupos econômicos

O principal jornal esquerdo atravessa em crise a França. O Liberation é muito conhecido por suas coberturas e capas históricas. Mas está quase quebrado. Os diretores querem tornar a marca do jornal um produto para outros ramos, como forma de aliviar as despesas. A resposta da redação veio 1 dia depois em outra grande capa deles, escrito em letras garrafais:

" NÓS SOMOS UM JORNAL, não um restaurante, não uma rede social não um espaço cultural, não um estúdio de tv, não um restaurante... Os empregados do Liberation respondem aos acionistas" A discussão é interessante para refletir. Os grupos de jornalismo perdem sua independência quando empresas de outro ramo os mantém?
                                    
Ainda mais pelo momento mundial, o qual o jornalismo de massa é comandando por grupos econômicos. Exemplos: Folha de São Paulo, Clárin, Wall Street Journal, Le Monde, El País, The Times...
Salvo algumas exceções, como New York Times e The Guardian.


domingo, 9 de fevereiro de 2014

Os jogos de Sochi e Putin.

A Rússia chama a atenção do mundo ao sediar as olimpíadas de inverno, neste mês.
Sem dúvida, essa olimpíada de inverno é uma das que mais chamou a atenção na história. Por qual o motivo? Para demonstrar a Rússia do Czar Vladimir Putin.
E de fato, a Rússia apresentou notáveis mudanças durante o período de sua presidência que determinou sua grande popularidade. Por outro lado governa como um como um rei que defende as tradições russas e com mão de ferro.


Putin +: Vladimir Putin foi eleito presidente da Rússia depois de uma geração conturbada pós União Soviética. Para contextualizar melhor a questão vou ter pincelar um pouco de história.

Desde o século XVII a Rússia é conhecida como um gigante no continente europeu. Depois de ter conquistado várias terras do império da Mongólia, destronou Napoleão Bonaparte, que chacoalhou toda Europa. Durante o século XX, formou-se a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, que foi um monstro em todos os sentidos que pode pensar. Dividiu o mundo com os Estados Unidos. Mas com o final dos anos 70 ela estava forte por fora e arrasada por dentro.  Gorbatchev começou a dissolução da União Soviética, que foi traumática para todos os países envolvidos. Instabilidade total, pobreza, confusão.


A Rússia fez uma série de reformas liberais com Boris Yelstin que, embora fosse um perfil democrático, carregou o retrato de uma Rússia pobre e armada. Sem comentar que era muito conhecido pelos seus vexames quando ficava bêbado (!).
Putin aproveitou as reformas feitas por Yeltzin e um bom cenário mundial para levar o seu país ao desenvolvimento. Neste período, a Rússia alcançou a estabilidade econômica e melhorou consideravelmente as condições sociais (em certos pontos, lembra o Brasil dos anos 80 e o de Hoje).

Como consequência, ele é muito popular, mas também por uma questão simbólica: Com Putin, a Rússia votou a ter o título que ela teve por séculos: Uma das maiores potências do mundo.
Mas o premier russo está longe de ser um exemplo.

Putin -: Agora a parte que todo o ocidente conhece. O presidente que foi ex-agente da KGB (polícia secreta russa, que fez horrores na vida de muitas pessoas!) leva o país com mãos de ferro. Acusado de mandar matar jornalistas, de declarar guerra contra chechcenos e de acusar eles de terroristas, intimidar os países da antiga União Soviética, como se fosse seu jardim, quando não invadir e dar golpes, como foi na Georgia em 2008.

Além de ter uma política fascista, querer impor uma política de Rússia só para os Russos – impondo valores da igreja ortodoxa. E claro, conta o homossexualismo.
Por fim, combateu fortemente a oposição ao seu governo e impõe vários limites a liberdade política no seu país. O caso Pussy Riot e da ativista brasileira Ana Paula Maciel presa por biopirataria são grandes exemplos.

Enfim comanda o pais como se fosse um Czar. Agora é saber até quando?

Pois a economia russa, como a brasileira, foi puxada pelas commodities, que estagnaram. E como no Brasil, surge uma nova geração que deseja mais do que estabilidade econômica. No caso da Rússia quer mais democracia, mais respeito pelas pessoas em vez de uma política czarista.

Se Putin continuar no poder, fará adaptações a essa nova geração, pois caso contrário, cairá gradualmente.
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 Para aqueles que gostam da Rússia recomendo assistir o Globo News Painel dessa semana (no qual tirei várias informações para fazer esse texto) e sempre visitar o site da jornalista russa Sahaa Yakovleva, Feijoada com Tchaikovsky (meu compositor de música clássica preferido!).