A lenta agonia do Sercomtel:
A abertura da
telefonia aos grupos privados acendeu uma luz amarela para o Sercomtel, serviço
de telefonia controlado pela Prefeitura de Londrina e Copel desde 1998 – antes
era exclusivo do município. Foi fundado há 45 anos.
O petista Nedson Micheleti (requiescat
in pace) tentou vender o que restava das ações do município, submeteu a
proposta a plebiscito, em 2000, mas foi derrotado.
Desde então, a luta do Sercomtel evoca
a bíblica parábola de Davi e Golias. Sua funda – produtos e serviços – abre-lhe
algum espaço no acirrado mercado telefônico, mas é incapaz de abater o gigante,
que cresce e cresce – em clientes, produtos e faturamento. Enquanto isso, a
receita do Sercomtel encolhe. Os déficits são continuados.
Uma das armas desse mercado é a
publicidade, da qual o Sercomtel está impedida de usar. Por se tratar de uma
empresa pública (embora a Copel tenha sócios privados), é obrigada a contratar
uma empresa de publicidade por meio de licitação.
É aí que a cobra morde o rabo: há cerca
de dois anos o Sercomtel não consegue contratar ninguém, e se não contrata,
nada pode divulgar.
Os processos de licitação, realizados
na administração do ex-prefeito cassado e por enquanto em liberdade Homero
Barbóquio (vade retro) foram embargados ou suspensos por evidente favorecimento
à empresa que fez sua campanha eleitoral.
A nova administração tentou um contrato
emergencial, mas, por mais que tenha feito tudo às claras – sob orientação do
Observatório de Gestão Pública, sindicato local de agências de publicidade e
Ministério Público -, o baile foi suspenso por determinação do Sindicato das
Agências de Propaganda do Paraná.
Não é possível fazer qualquer campanha
este ano. Adeus Natal, adeus Ano Novo de telefone novo Sercomtel.
Até quando irá a lenta, e dolorosa,
agonia do Sercomtel?